Caso Vitória: Justiça anula confissão e decide que Maicol vai a júri popular

3 de novembro de 2025

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que Maicol Sales dos Santos, de 23 anos, acusado de matar a adolescente Vitória Regina de Souza, de 17, vá a júri popular. O crime ocorreu em março deste ano, em Cajamar, na Grande São Paulo.

Preso preventivamente desde abril, Maicol será julgado por feminicídio qualificado, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. A pena pode chegar a 50 anos de prisão. Ainda não há data marcada para o julgamento.

Na decisão, proferida na última quinta-feira (30), o juiz Marcelo Henrique Mariano, da Vara Criminal de Cajamar, também negou o pedido da defesa para que o réu aguardasse o julgamento em liberdade.

Confissão anulada

O magistrado anulou a confissão prestada por Maicol em 17 de março, determinando que o conteúdo não seja exibido nem mencionado durante o julgamento, a fim de evitar “indevida influência sobre os jurados”.

O juiz apontou irregularidades no interrogatório extrajudicial, como o fato de ter sido realizado à noite, a existência de cortes no vídeo da gravação e a presença de pessoas não pertencentes à Polícia Civil durante o depoimento.

Um policial ouvido em juízo confirmou que Maicol havia manifestado o desejo de permanecer em silêncio, o que, segundo o juiz, deveria ter encerrado a oitiva imediatamente.

Carta e investigação interna

Em setembro, o portal Metrópoles revelou uma carta escrita por Maicol na prisão, em que ele afirma ter sido forçado a confessar o crime e acusa a Polícia Civil de Cajamar de forjar o depoimento.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o conteúdo da carta está sendo investigado por meio de uma apuração preliminar conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil.

O caso

Vitória Regina desapareceu em 26 de fevereiro, após sair do trabalho e pegar um ônibus rumo à sua casa, em uma área rural de Cajamar. Câmeras de segurança registraram a jovem no ponto e entrando no transporte público.

Momentos antes, ela enviou mensagens de voz a uma amiga relatando ter sido abordada por homens suspeitos em um carro e demonstrando medo de dois passageiros que estavam no mesmo ponto.

O corpo da adolescente foi encontrado em 5 de março, em avançado estado de decomposição. A família reconheceu a vítima por tatuagens e um piercing.

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