Pai e madrasta de menino morto aos 8 anos são condenados a prisão

19 de novembro de 2025

O Tribunal do Júri condenou Pedro Vitor Joseph do Prado e Camila Luiz Gomes da Silva, pai e madrasta de Gustavo Henrique Cardoso, pelo homicídio do menino de 8 anos, encontrado morto com sinais de tortura em um imóvel no Parque das Paineiras, em Vinhedo, em 6 de maio de 2024.

Pedro recebeu pena de 34 anos, 4 meses e 6 dias de prisão. Camila foi condenada a 29 anos e 2 meses. Ambos foram responsabilizados pelos crimes de homicídio qualificado e tortura.

A defesa de Pedro afirmou que respeita a decisão do júri e não pretende recorrer sobre o mérito, já que o acusado confessou o crime. No entanto, os advogados avaliam pedir a nulidade da sentença, alegando que metade das testemunhas de defesa não foi ouvida e que o promotor teria utilizado o direito ao silêncio do réu para influenciar os jurados. A defesa da madrasta não se manifestou até o momento.

O caso

O corpo de Gustavo foi encontrado nu, com sangramentos e marcas de violência, pouco depois do meio-dia de 6 de maio de 2024. Segundo a Polícia Civil, o casal tentou fugir após o crime, mas foi localizado na Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-332), entre Vinhedo e Campinas. Pedro estava em um carro e Camila em uma motocicleta. Moradores chegaram a tentar linchá-los.

Ao chegar ao Distrito Policial de Vinhedo, o pai negou inicialmente envolvimento, afirmando: “não foi ele”.

O Conselho Tutelar já havia sido acionado anteriormente por suspeita de maus-tratos na residência. No dia da morte, uma denúncia foi registrada por volta das 11h, e, ao chegarem ao imóvel, policiais encontraram o menino sem vida.

Familiares relataram à EPTV Campinas que a criança havia sido criada pelas tias, pois foi abandonada pela mãe e o pai cumpriu cinco anos de prisão por roubo. Gustavo voltou a morar com o pai cerca de um ano antes do crime. Parentes afirmam que a madrasta agredia o menino por ciúmes.

A Secretaria Municipal de Educação informou que o estudante estava sem frequentar a escola havia dois meses. A ausência foi comunicada ao Conselho Tutelar em 22 de março. Segundo pessoas próximas à família, Gustavo chegava à escola com hematomas, marcas de corda e mordidas.

“Foi omissão e negligência, tanto do Conselho Tutelar quanto da escola”, disse Wagner Adriano de Souza, amigo da família. “A gente acionava o Conselho, e eles diziam que precisava chegar ao extremo para tomar uma atitude. O extremo está aí, infelizmente.”

Posicionamento do Conselho Tutelar

Em nota, o Conselho Tutelar afirmou que a família estava sendo acompanhada pelo órgão e que os “devidos encaminhamentos” foram realizados, sem detalhar quais medidas foram adotadas. Afirmou ainda que a perda de guarda depende do esgotamento de todas as possibilidades de intervenção.

O órgão declarou “profundo pesar” pelo ocorrido e informou que comunicaria o caso ao Ministério Público diante da gravidade da situação.

*Com informações da EPTV Campinas 

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