Banco Master: Previdência de São Roque investiu R$ 93 milhões em banco que sofreu liquidação

19 de novembro de 2025

O Instituto de Previdência dos Servidores de São Roque, conhecido como São Roque-Prev, adquiriu mais de R$ 93 milhões em letras financeiras emitidas pelo Banco Master, instituição que entrou em liquidação extrajudicial nesta terça-feira (18).

A compra foi realizada em 2024 e, segundo o São Roque-Prev, seguiu todos os procedimentos legais e técnicos previstos. O investimento contou com pareceres técnicos de assessoria de investimentos, aprovação do Comitê de Investimentos e foi submetido à ciência e homologação dos Conselhos Fiscal e Deliberativo do instituto.

Proteção dos servidores
O instituto ressaltou que monitora constantemente o cenário econômico para adotar medidas que protejam os interesses dos servidores municipais diante do atual quadro.

‘Na época dos investimentos, o Banco Master estava devidamente regularizado pelos órgãos competentes, como o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Secretaria de Regimes Próprios. Além disso, possuía boas avaliações por agências internacionais de rating, o que trouxe segurança ao negócio’, afirmou o instituto.

Ele ainda destacou que todo o processo cumpriu as diretrizes da Resolução CMN 4.963/2021, e que os documentos relativos ao investimento foram encaminhados ao Tribunal de Contas para análise.

Alerta do Ministério Público de Contas

Em abril de 2025, a Procuradoria do Ministério Público de Contas de São Paulo (MPC-SP) divulgou um comunicado alertando que cinco institutos de previdência municipais haviam realizado aplicações significativas no Banco Master, incluindo o São Roque-Prev.

O MPC-SP observou que, no caso de São Roque, o montante investido correspondia a aproximadamente 18% da carteira total do instituto, um percentual elevado que aumenta o risco financeiro associado.

Detalhes do alerta apontaram que as compras ocorreram em um intervalo inferior a seis meses, o que pode ter contribuído para a concentração de risco.

O procurador Rafael Neubern Demarchi Costa comentou na época: ‘Em caso de default da instituição financeira, os patrimônios dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) municipais podem ser sensivelmente impactados. Portanto, é necessária uma atuação célere do Tribunal de Contas para fiscalização.’

Características das letras financeiras

O MPC-SP também explicou que as letras financeiras são títulos de renda fixa emitidos por bancos, conhecidos por oferecer rendimentos mais altos em comparação a outros ativos, porém exigem manutenção do investimento por longo prazo, implicando em menor liquidez.

 

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