Funcionário público do estado preso por ataques a ônibus em São Paulo ganhava R$ 11 mil
Edson Aparecido Campolongo, servidor da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), foi preso suspeito de envolvimento em pelo menos 17 ataques a ônibus na Grande São Paulo. Aos 68 anos, o funcionário público, concursado há mais de 30 anos, recebia salário líquido de cerca de R$ 11 mil em junho e utilizava um veículo oficial nas ações, segundo as investigações.
Campolongo teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após ser identificado por meio de imagens de câmeras de segurança. As gravações mostraram um carro com a logomarca da CDHU presente em diversos pontos onde os ataques ocorreram, especialmente na região do ABC Paulista. O veículo, alugado e cedido à companhia, era usado por ele, que atuava como motorista do chefe de gabinete da empresa.
A Polícia Civil afirma que, apesar de alegar motivação política e declarar que agia para “salvar o Brasil”, essa justificativa não é considerada crível pelos investigadores. Nas redes sociais, Campolongo fazia publicações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com críticas frequentes ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante buscas na residência do suspeito, os agentes encontraram estilingues e pedras que teriam sido usados nos ataques. Ele confessou que participou de pelo menos 17 atos de depredação de ônibus como forma de protesto.
As autoridades também investigam a participação de seu irmão, Sérgio Aparecido Campolongo, que teria auxiliado em ao menos duas ações. Sérgio teve a prisão preventiva decretada e se apresentou à polícia nesta quarta-feira (23).
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação e a CDHU anunciaram nesta quinta-feira (24) que demitiram o servidor público.